Os
que insistem em pregar que o sábado passou, e que os cristãos estão hoje
desobrigados de sua observância, afirmam apoiarem-se nos ensinamentos de Jesus
ou dos apóstolos para justificarem tal mudança na Lei. Mas Jesus realmente
ensinou que o sábado não mais deveria ser guardado? Aboliu o Senhor este
mandamento, e colocou o domingo em seu lugar, como o dia de adoração para os
cristãos? Vejamos o que diz a Palavra do Senhor, pois o sábado aparece mais de
60 vezes no Novo Testamento. Vamos analisar agora as passagens dos evangelhos
que tratam sobre o sábado:
a) Mt 12:1-14 (cf. Mc
2:23-3:6; Lc 6:1-11)
Nesta
passagem Jesus é interrogado por estar colhendo espigas no sábado. São os
fariseus que condenam esta ação, pois eles haviam sobrecarregado o sábado com inúmeras
“mini-leis”, que deveriam disciplinar a observância desse dia. Jesus, então,
responde com a famosa frase: “O Filho do Homem é Senhor do sábado”. Ora, Jesus
é Senhor de tudo, INCLUSIVE do sábado. Esta declaração não dá nenhuma margem
para que o sábado fosse abolido ou minimizado; apenas demonstra que Jesus
possuía (e possui) uma autoridade superior àquela que os fariseus estavam dando
a Ele, ou seja, para os fariseus Jesus não passava de um impostos, mas o Mestre
demonstrou o erro dos “doutores”, ao declarar que o sábado era um dia criado
por Ele, por isso, apenas Ele tinha total autoridade sobre esse dia.
Em
seguida, surge a situação da cura do homem da mão ressequida. Jesus já sabia
muito bem que os fariseus não concordariam com uma cura realizada no sábado,
mas o Senhor conhecia o coração hipócrita desses líderes, que estavam dispostos
a sacrificar uma vida humana (especialmente se fosse de um pobre) mas não
achavam errado socorrer um animal ferido no sábado, quando isso pudesse trazer
algum retorno financeiro para eles.
A
passagem em questão termina de forma bastante interessante (cf. Mt 12:14), pois
os fariseus estavam acusando Jesus de “transgredir” a Lei, mas eles próprios
não estavam se dando conta de que um mandamento também dizia para “não matar”.
Que ironia!
O
evangelho de Marcos (2:27) acrescenta a declaração de Jesus de que o “sábado
foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado”. Isto é
perfeitamente compreensível e verdadeiro, pois tudo neste mundo (natureza,
animais, igreja, família, sexo, salvação, sábado, perdão, etc.) foi criador
pelo Senhor para benefício da Sua mais importante criatura – o homem. Tudo foi
feito “por causa”, ou seja, em benefício do homem. Dizer que nesta declaração
Jesus está afirmando que não precisamos obedecer o mandamento do sábado é, no
mínimo, um desprezo às mais elementares regras de interpretação de texto.
b) Mt 24:20
Esta
é uma passagem que demonstra a verdadeira noção de importância que Jesus dava
ao dia de sábado. Nesta profecia, o Senhor declara que a fuga dos discípulos
nos períodos de tribulação não deveria ocorrer no sábado, pois isto certamente
os encontraria desprevenidos por estarem envolvidos na preparação e santidade
deste dia. Jesus foi tão preciso em Sua profecia, que o exército romano entrou
e destruiu Jerusalém no ano 70 d.C., ou seja, aproximadamente 40 anos após
Jesus ter feito a declaração de Mt 24:40. Que importante e inquestionável
testemunho da validade que o sábado tem na vida de adoração do crente, mesmo
após a ressurreição do Salva-dor. Jesus desejava que o sábado permanecesse como
dia de adoração, mesmo após Sua morte e ressurreição, como fica evidente pela
leitura desta passagem. Este é um dos muitos versos que os inimigos do sábado
nem mencionam, pois não conseguem explicá-lo sem distorcer o real sentido da
passagem.
c) Mt 28:1-10 (cf. Mc
16:1-11; Lc 24:1-12; João 20:1-10)
Este
texto trata da ocasião em que Jesus foi crucificado e ficou durante o sábado na
sepultura. Novamente, em nenhum momento há qualquer menção sobre a abolição do
sábado para os cristãos. Há o relato histórico de que foi numa sexta-feira
(chamado de “dia da preparação” para o sábado – Mc 15:42) que Jesus foi
crucificado, permanecendo durante todo este dia na sepultura, e ressuscitando
apenas na madrugada do domingo. Interessante notar que este foi o único dia em
que Jesus ficou integralmente na sepultura, descansando do mesmo modo como
havia feito na Criação (cf. Gên. 2:1-3; João 1:1-14).
d) Lc 4:16
Que
texto maravilhoso! Uma declaração absolutamente clara de que era “costume”, ou
seja, era um hábito normal de Jesus estar na sinagoga (a igreja da época) no
dia de sábado. Ele, como Criador e Mantenedor de tudo, não poderia deixar de
lado algo que Ele mesmo criou, santificou, abençoou e deixou como exemplo para
toda a humanidade. Este é outro texto que os inimigos do sábado não conseguem
argumentar contra, sem distorcer o que a Bíblia está ensinando.
e) Lc 13:10-14:6 (cf.
João 5:9-9:16)
Novamente
Jesus é interrogado sobre a legalidade de se realizarem curas no sábados. É
evidente que não se pode usar o sábado como desculpa para não operar o bem ao
próximo. Os fariseus, porém, atolados em sua hipocrisia e ganância, preferiam
“fechar os olhos” para algo tão claro, revelado no amor de Deus. O texto é
muito claro em dizer que os fariseus “nada puderam responder” a Jesus (cf. Lc
14:6).
f) Lc 23:56
Outro
verso para o qual os inimigos do sábado não conseguem dar uma explicação eficaz
e verdadeira, sem distorcer o texto bíblico. Se Jesus REALMENTE havia ensinado
ou insinuado que o sábado era desnecessário na nova aliança, e que o “tempo da
graça” havia chegado, por que estas mulheres continuaram guardando-o? Não havia
chegado a hora de coloca este “jugo” de lado, como o dizem muitos hoje?
Estas
santas mulheres, que permanecerem ao lado de Jesus durante Seu ministério
terrestre; que ouviram os ensinamentos divinos dos lábios do próprio Senhor do
Universo; que sabiam das respostas que Jesus havia dado aos fariseus acerca do
tema do sábado, como vimos anteriormente; que presenciaram a crucifixão do Seu
Mestre; estas mulheres não abandonaram o mandamento do sábado quando Jesus
morreu, e muito menos adoraram no domingo, como fazem os pseudo seguidores de
Jesus da atualidade. Elas permaneceram fiéis à Lei do Senhor, e “descansaram
segundo o mandamento” (cf. Êx 20:8-11). Mais claro que isso é impossível...
Eu
já li muitos livros escritos pelos inimigos do sábado que sempre citam a
passagem de João 20:19 para apoiarem sua teoria de que os discípulos trocaram o
sábado pelo domingo, após a ressurreição de Cristo. Basta uma leitura sincera
do texto para ver que o motivo que levou os seguidores de Jesus a estarem
reunidos naquele dia era o “medo dos judeus”. Não estavam ali fazendo uma missa
ou culto de adoração, mas estavam era se escondendo da perseguição que já
estava sendo iniciada.
É
muito fácil distorcer o texto bíblico, ou qualquer outro texto interpretativo,
para favorecer um pensamento pessoal de um indivíduo ou denominação. Mas o
Espírito Santo ajuda àqueles que, sinceramente, buscam descobrir a verdade
acerca do viver que agrada ao Senhor. Não encontramos em nenhum lugar da Bíblia
a palavra “domingo”, nem qualquer menção à mudança do sétimo para o primeiro
dia da semana, nem por Jesus, nem pelos Seus apóstolos (como veremos adiante).
Se
você deseja seguir o exemplo de Jesus e das pessoas que O seguiam, então você
não pode mais desprezar a santidade do sábado, e deve procurar imediatamente
concertar sua vida com o Senhor, pedindo perdão a Ele pela “cegueira” que fez
com que este dia fosse menosprezado em sua vida.
Os
Adventistas do Sétimo Dia sentem-se felizes e aliviados por terem a plena
certeza de que a bênção do Senhor está sempre sobre aqueles que fazem Sua
vontade, apesar de possíveis perseguições, humilhações, escárnios ou desprezo
daqueles que fecham os olhos para o claro ensino bíblico acerca do verdadeiro
dia do Senhor – o sábado (cf. Ap 1:10: Is 58:13; João 20:1, 19). Nosso próprio
nome já é um testemunho ao mundo de que Jesus é o Senhor da Igreja Adventista
(cf. Ez 20:12, 20).
O
Sábado no Livro de Atos
Este
livro é muito esclarecedor porque nos mostra um resumo de como era a vida na
Igreja que estava iniciando seus primeiros passos. Certamente é no livro de
Atos que poderemos encontrar alguma base de autoridade para a rejeição atual do
sábado do sétimo dia, se é que existe tal base.
1:12
– Esta é a primeira menção ao sábado no livro de Atos, apenas fazendo
referência ao costume de andar uma curta distância durante este dia
(aproximadamente 1 Km).
13:14
– Os discípulos procuram uma sinagoga para pregar. São acolhidos com atenção e
aproveitam para pregar sobre Jesus (vv. 16-41), acrescentando que em todos os
sábados são lidos os ensinamentos de Deus nas sinagogas (v. 27).
13:42
– Os discípulos receberam o convite para retornarem no próximo sábado, e continuarem
a maravilhosa pregação sobre Jesus.
13:44
– Quase toda a cidade veio no sábado para ouvir o que os discípulos tinham
ainda para falar. Percebemos que não eram todos judeus (como os inimigos do
sábados dizem hoje), pois estes estavam tentando desfazer a pregação dos
discípulos diante da multidão (v. 45).
15:12-21
– Esta é uma passagem reveladora, pois foram determinadas algumas coisas que
não mais poderiam ser impostas sobre os gentios conversos ao cristianismo.
Pergunta-se: Por que os apóstolos não incluíram o sábado entre os temas
proibidos???? Não dizem hoje que eles trocaram o sábado pelo domingo, logo após
a ressurreição???? Fica evidente que os inimigos do sábado hoje em dia estão
mais interessados em tradições humanas, do que seguir os princípios que os
discípulos de Jesus demonstravam em sua própria vida.
16:11-15
– Alguns dizem que os discípulos pregavam no sábado apenas para aproveitar as
sinagogas judaicas. Mas a passagem em questão revela claramente que não era
este o real motivo. Paulo, como você sabe, foi um apóstolo que não conviveu
pessoalmente com Jesus, tendo sido convertido alguns anos após a ressurreição
do Mestre. Paulo é encontrado aqui neste texto procurando “um lugar de oração”,
no sábado, afastado da cidade? Por que??????????? Será que o Espírito Santo não
havia orientado o apóstolo a abandonar os “rudimentos” do judaísmo, como dizem
os inimigos do sábado? Fica muito claro para o leitor sincero que Paulo, um dos
maiores apóstolos de Cristo, nunca ensinou a abolição do sábado do sétimo dia,
e ele mesmo vivia a santidade deste dia especial por onde quer que andasse.
17:1-3
– Novamente, Paulo é visto aproveitando o sábado para pregar a salvação em
Cristo àquelas cidades.
18:1-4
– O apóstolo da graça e dos gentios tinha uma profissão – fazer tendas. Mas o
texto é claro ao dizer que Paulo fechava sua oficina ou sábado (ou será no
domingo, e a pessoa que digitou a Bíblia era Adventista e mudou a digitação
para sábado????). Paulo adorava o Senhor Jesus no dia de sábado, como fica evidente
pelo texto bíblico, e se dirigia ao local de adoração para pregar sobre a
salvação em Jesus. Percebe-se facilmente (basta ler sem preconceitos) que não
era apenas para encontrar os judeus que Paulo ia à sinagoga no sábado, pois o
próprio texto afirma que ele pregava também aos gregos neste dia, e bem sabemos
que os gregos não santificavam o sábado.
19:17-27
– Nesta passagem, Paulo afirma enfaticamente que estava de consciência limpa
porque ensinara TUDO que era importante para os gentios viverem uma vida de
verdadeiros cristãos, bem como mostrara para eles TODO o desígnio de Deus para
suas vidas. Mas em NENHUM momento ele fala para eles abandonarem o sábado e
adorarem o Senhor no domingo. Que interessante!
O
Sábado Nas Epístolas Paulinas
Vamos
analisar uma passagem na qual Paulo refere-se ao sábado, e esta é muito
utilizada pelo inimigos do sábado para “provarem” que o apóstolo não aceitava a
guarda deste dia.
Col.
2:16 – Paulo está dizendo aqui que o sábado não é importante para o crente da
nova aliança? É mesmo isso que o texto está ensinando? É muito fácil para
aqueles que agem com falsidade e infidelidade para com a Bíblia, simplesmente
isolarem um texto de seu contexto, e ensinarem deturpações doutrinárias que a
Bíblia nunca autorizou. Eu conheço diversas denominações que surgem dessa
forma, através da interpretação equivocada e destituída de sinceridade com que
alguns ensinam algum texto bíblico (por exemplo: batismo pelos mortos,
arrebata-mento secreto, dom de línguas, prosperidade material, imortalidade da
alma, comer de tudo, uso de véu pelas mulheres, guarda do domingo, mariolatria,
etc... apenas para citar algumas).
O
contexto da passagem de Col. 2:16 revela claramente que o tema não era
propriamente o sábado do sétimo dia. O verso 17 acrescenta que o que havia sido
mencionado no v. 16 (lua nova, festas, sábados) era apenas uma SOMBRA de coisas
futuras. Mas o sábado do 4º manda-mento (cf. Êx 20:8-11) era sombra de quê? De
absoluta-mente nada!
Quando
Paulo fala em Colossenses que o sábado era uma sombra, certamente ele se
referia aos dias sabáticos cerimoniais (cf. Lv 23), que apontavam para a
redenção que o Messias operaria em Israel, cujo cumprimento veio na Pessoa
Divino-Humana de Jesus Cristo. No próximo tópico vamos analisar melhor estes “sábados”
que apontavam ao Messias.
O Sábado no Apocalipse
1:10
– Alguns querem defender que este verso indica que o “dia do Senhor” é o
domingo. Porém um estudo apurado do texto no seu original grego demonstra que
traduzir “dia do Senhor” por “domingo”, como acontece com algumas versões
tendenciosas da Bíblia, é um equívoco. A expressão que aparece no texto grego
de Ap 1:10 é KURIAKÊ EMÊRA, que significa apenas “dia do Senhor”, nada tendo a
ver com o domingo.
Relembremos
qual era o dia que os discípulos consideravam como sendo o “dia do Senhor”.
Basta ler alguns textos-chaves, como João 20:1, 19, por exemplo, para vermos
que João considerava o sábado como sendo o verdadeiro “dia do Senhor”. Traduzir
este verso, colocando a palavra “domingo” como sendo a correspondente de
KU-RIAKÊ EMÊRA é uma tentativa desesperada de incluir na Bíblia alguma base
para a guarda de um dia, cuja Palavra de Deus nunca autoriza a ser guardado,
muito menos em substituição ao sábado do sétimo dia.
14:6-7
– Interessante notar que a mensagem que o 1º anjo recebeu para levar a todo o
mundo era uma exortação para adorarem a Deus como “Criador” de todas as coisas.
O mais curioso é que o único mandamento que revela o motivo pelo qual o Senhor
deve ser adorado é o 4º - o do sábado (cf. Gên. 2:1-3; Êx 20:8-11), e
pratica-mente a mesma seqüência de palavras é utilizada em ambas as passagens
(cf. Êx 20:11; Ap 14:7), ou seja, devemos adorar Aquele que fez o céu, e a
terra, e o mar, e tudo o mais. Coincidência? Não. A Bíblia é um livro de “providências”.
Os
santos de Deus, no Apocalipse, são retratados como sendo aqueles que “guardam
os mandamentos de Deus” (cf. 12:17; 14:12; Sal. 119:152). E a Bíblia considera
a guarda dos mandamentos como sendo válida SOMENTE quando TODOS os mandamentos
são obedecidos, inclusive o 4º (cf. Tg 2:10-11).
Como
pudemos ver no texto bíblico, não há uma única palavra autorizando a abolição
do sábado do sétimo dia; pelo contrário, vemos que TODOS os discípulos de
Cristo continuaram guardando este dia, mesmo muitos anos após a Sua morte, como
foi o caso de Paulo, por exemplo.
Há
algumas passagens que tratam do primeiro dia da semana. Mas, será que elas
autorizam alguma mudança? Vejamos...
a)
“No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a
outra Maria foram ver o sepulcro” (Mt 28:1). O verso apenas diz que elas foram
ao sepulcro no primeiro dia da semana, após o sábado, pois elas haviam
descansado no sábado em obediência ao mandamento (cf. Lc 23:54-56). O verso
nada fala sobre a santidade do domingo após a ressurreição de Jesus.
b)
“E, muito cedo, no primeiro dia da semana, ao despontar do sol, foram ao
túmulo” (Mc 16:2). Outro verso que apenas faz o relato de que as mulheres foram
ao sepulcro no primeiro dia da semana, e apresenta que só foram neste horário
porque o sábado já havia passado (cf. Mc 16:1). Nada fala sobre a santidade do
domingo, e ainda confirma que elas guardavam o sábado do Senhor.
c)
“Havendo ele ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana, apareceu
primeiro a Maria Madalena, da qual expelira sete demônios” (Mc 16:9). Apenas
mais um relato sobre o momento histórico no qual Jesus ressuscitou. Mais uma
vez, nada é apresentado sobre a pseudo-santidade do domingo como dia da
ressurreição de Cris-to.
d)
“Mas, no primeiro dia da semana, alta madrugada, foram elas ao túmulo, levando
os aromas que haviam preparado” (Lc 24:1). Como o último verso do cap. 23 deixa
claro que aquelas mulheres guardavam o sábado, foi só passar o pôr-do-sol e
elas foram ao sepulcro realizar o trabalho que havia sido deixado por fazer,
para não se transgredir as horas santas do sábado do Senhor (cf. Lc 23:54-56).
Você vê algo neste verso que autorize a santidade do domingo? Nem eu...
e)
“No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo
ainda escuro, e viu que a pedra estava revolvida” (João 20:1). Apenas a
repetição das passagens anteriores. Ninguém está questionando que Jesus
ressuscitou no domingo, mas dizer que por este motivo este dia agora ficou no
lugar do sábado, é acrescentar palavras que não estão no texto inspirado da
Bíblia. Até aqui ainda estou esperando para ver onde está a tal “autorização”
para mudar o sábado para o domingo...
f)
“Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da
casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio
e disse-lhes: Paz seja convosco” (João 20:19). O texto é muito claro em afirmar
o motivo pelo qual eles estavam reunidos: o medo dos judeus. Não tinha nada que
ver com um culto ou missa dominical. O v. 26 diz que oito dias depois Jesus Se
apresentou novamente para os discípulos. Jesus encontra-os ainda escondidos dos
judeus, com as portas trancadas, e aproveita para apresentar-Se a Tomé, que
estava ainda duvidando de Sua ressurreição. Nada ainda encontramos sobre a
autoridade de mudar o sábado para o domingo. E olha que este seria um bom
momento para Jesus aproveitar e ensinar para os discípulos que o domingo agora
deveria ser o dia de guarda. Mas... se você encontrar tal ordem na sua Bíblia
avise-me, pois eu ainda não a encontrei.
g)
“No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão,
Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o
discurso até à meia-noite” (At 20:7). O motivo pelo qual os discípulos estavam
reunidos neste primeiro dia da semana é revelado no próprio texto bíblico:
Paulo estava para viajar no dia seguinte. Nada mais. Não era um culto semanal
dominical, pois já vimos que Paulo adorava o Senhor no sábado (cf. At 16:11-15;
18:1-4; etc.). Ainda nenhuma palavra sobre a mudança do sábado para o domingo.
Será que não vamos encontrá-la?!
i)
“No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a
sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for”
(1Co 16:2). Este é o ÚLTIMO dos oito únicos versos do Novo Testamento que fala
sobre o primeiro dia da semana. Já vimos que as sete passagens anteriores nada
falam sobre a autorização para os cristãos mudarem o sábado para o domingo.
Resta agora analisar esta última passagem. Paulo está falando sobre uma ajuda
que seria enviada para os irmãos da Judéia (v. 1; cf. At 11:28-30). Os irmãos
não são orientados a se reunirem no primeiro dia da semana para adorarem ao
Senhor. O apóstolo dá uma orientação para separarem sua contribuição “em casa”,
muito provavelmente junto com as provisões semanais da própria família. Quando
Paulo visitasse a cidade, as ofertas já deveriam estar todas prontas. O fato de
os discípulos se reunirem em um dia específico, além do sétimo semanal, não faz
de tal dia um substituto do sábado do 4º mandamento, pois eles se reuniam
diariamente (cf. At 5:42). O que torna um dia “santo” é a determinação de Deus,
e isto acontece na Bíblia SO-MENTE para o sábado (cf. Gên. 2:1-3; Êx 16:1-10:
20:8-11).
Analisamos
as passagens do Novo Testamento que tratam do sábado, e vimos que TODOS os
discípulos e seguidores de Jesus guardaram este dia normalmente, pois fazia
parte do seu dia-a-dia. Não há nenhum cogitação entre os discípulos sobre a
mudança do sábado para outro dia qualquer. Infelizmente, tal pensamento só
existe na mente dos que não querem obedecer aos mandamentos do Senhor,
opondo-se arrogantemente à Palavra de Deus.
Se
nossa base de fé estiver unicamente na Bíblia, e não na tradição ou mandamentos
de homens (cf. Mc 7:13; At 5:29), então o único dia semanal que devemos separar
para adorar ao Senhor, deixando de lado afazeres seculares e comuns, é o sábado
do sétimo dia.
Seja
fiel, e Deus abençoará grandemente sua vida; afinal Ele promete: “Grande paz
têm os que amam a Tua Lei; para eles não há tropeço” (Sal. 119:165).
Os
Adventistas, sim, podem confiantemente saudar a todos com a “paz do Senhor”,
pois ela acompanha apenas os não se desviam da Lei do Príncipe da Paz (cf. Pv
28:9).
Pr.
Gilson Medeiros
Distrito
de Guarabira
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