O cristão é cheio de virtudes. Não faltam virtudes em uma pessoa que segue a
Jesus Cristo.
Mas há 3 virtudes que se destacam como virtudes
indispensáveis. Com efeito, não pode haver cristão sincero sem estas 3
qualidades. Essas 3 virtudes se encontram em Rom. 12:12: “Regozijai-vos na
esperança; sede pacientes na tribulação; na oração, perseverantes.”
Consideremos a 1ª
Virtude Indispensável:
I – REGOZIJAI-VOS NA
ESPERANÇA
Nós cristãos temos esperança.
Agnósticos não tem esperança; materialistas não tem esperança; os ateus não tem
esperança. Os incrédulos não tem esperança. Mas os cristãos estão cheios de
esperança. E por isso podem se alegrar e se regozijar. Podem revelar a sua
grande alegria na esperança.
1 – Podemos nos regozijar na Esperança da
Ressurreição
Atos 24:15: “Tendo esperança em Deus, como também
estes a têm, de que haverá ressurreição, tanto de justos como de injustos.”
Jó se encontrava em uma fase difícil de sua vida,
contra toda a esperança. Ele olhava para o seu corpo cheio de chagas e se
desanimava. Mas olhando para os dias futuros, ele se alegrava na esperança da
ressurreição, dizendo: “Eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará
sobre a Terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne
verei a Deus.” (Jó 19:25-26).
O profeta Isaías, Daniel, Ezequiel e outros
profetas falaram de sua esperança na ressurreição. E eles se alegraram no fato
de que esta vida não acaba na morte do corpo, porque há uma esperança de que
esse corpo há de reviver.
Todos os cristãos crêem na ressurreição. Sabemos
que o nosso corpo abatido um dia será levado à sepultura. A morte nos aguarda.
Disse o apóstolo Paulo: “Dia após dia morro!”
Mas Paulo tinha a esperança na ressurreição. Ele
disse: “Tenho esperança em Deus de que haverá ressurreição tanto de justos como
de injustos”. E ele se regozijava nessa esperança, dizendo que o Senhor Jesus
Cristo “transformará o nosso corpo de humilhação para ser igual ao corpo da Sua
glória” (Fil 3: 21).
Nós também podemos nos alegrar na esperança da
ressurreição. Temos a esperança de que um dia o Senhor nos levantará do pó e nos
ressuscitará, se tivermos de passar pela morte. Mas se não, sabemos que os
nossos queridos hão de ressuscitar.
2 – Podemos nos regozijar na Esperança da
Volta de Jesus
Tito 2:13: “Aguardando a bendita esperança e a
manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus.”
A esperança da Volta de Cristo é a suprema
esperança, que encerra todas as esperanças cristãs. Sabemos que Ele virá.
Esperamos a Cristo nas nuvens dos céus, com poder e grande glória. E esta é a
nossa maior esperança.
Este será o maior acontecimento da história. Será
a concretização de todas as esperanças de todos os cristãos de todas as eras.
Será a bendita, “a bem-aventurada esperança, a manifestação da glória do nosso
grande Deus e salvador Jesus Cristo”.
Qual deveria ser a nossa atitude diante desta
gloriosa esperança? “Naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus, em Quem
esperávamos, e Ele nos salvará; este é o Senhor a Quem aguardávamos; na Sua
salvação exultaremos e nos alegraremos.” (Isa. 25:9). Você também pode se
alegrar na esperança da Volta de Jesus. Nossa atitude será de exultação,
expectação e entusiasmo! Alegrando-nos, apressando, e preparando-nos.
3 – Podemos nos regozijar na Esperança da
Vida Eterna
Tito 1:2: “Na esperança da vida eterna que o Deus
que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos”.
Todos apreciam viver. Mesmo as pessoas não
cristãs apreciam tanto a vida que fazem de tudo para manter a sua saúde em dia,
a fim de preservar a vida. As descobertas científicas da Medicina enchem a
milhares de esperança. E eles podem até se alegrar nesta esperança de mais
alguns anos de vida. Entretanto, eles não têm a esperança da vida eterna. Eles
dizem: “Comamos e bebamos, que amanhã morreremos!”
Os cristãos, pelo contrário, podem se regozijar
pela esperança da vida eterna, uma vida que se compara com a vida de Deus.
Enquanto Deus viver, nós viveremos. E naturalmente, isto não significa alguns
poucos anos a mais. Isto significa que nós poderemos viver pelos séculos
intérminos da eternidade.
Vamos, portanto, nos alegrar porque esta é a
grande promessa de um Deus que não pode mentir, uma promessa feita antes dos
tempos eternos.
Segunda Virtude do Cristão:
II – SEDE PACIENTES NA
TRIBULAÇÃO
Embora tenhamos alegria, também
temos tribulações. A vida cristã não é um mar de rosas aqui neste mundo de
pecado, sofrimento e morte. (1Ped. 4:12; 5:9).
1- Paciência na tribulação é Evidência de
Amor.
Disse Paulo que “o amor é paciente” (1 Cor.
13:4).
Jó é o maior exemplo. Ele amava tanto a Deus, que
mesmo na mais atroz provação revelou a mais extraordinária paciência. Ele perdeu
os animais, perdeu as propriedades, perdeu os filhos e perdeu a saúde. A Sua
esposa, esta ele não perdeu. Satanás queria usá-la para dizer algumas palavras
venenosas a Jó.
Aquela mulher, completamente desencantada, lhe falou: “Ainda
conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre!” E qual foi a resposta de
Jó? “Temos recebido o bem de Deus, e não receberíamos também o mal?” E quando Jó
contemplou toda aquela devastação, destruído em suas bases, lançou-se em terra,
adorou e disse: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei. Bendito seja o
nome do Senhor!” (Jó 2:9-10; 1:20-21). Isto é paciência na tribulação, revelada
em um grande e exorbitado amor para com Deus!
Quando somos atribulados, devemos revelar esse
amor a Deus e ao nosso semelhante de tal modo que sejamos pacientes nas
tribulações. Algumas vezes perdemos o emprego; ou somos atribulados em nosso
lar, em meio aos conflitos de vontades. Ou sofremos perdas financeiras. Disse o
apóstolo Paulo: “Sede pacientes na tribulação.” Isso revela a genuinidade de
nosso amor. Mostra que o nosso amor cristão é verdadeiro.
2 – Paciência na tribulação é Evidência
de Ideal.
Heb. 11:24-25. “Pela fé, Moisés, quando já homem
feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado
junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado.”
Moisés foi atribulado junto ao seu povo, mas
preferiu ser assim maltratado, renunciando ao trono do Egito e aos prazeres
transitórios do pecado. Por que ele fez tamanha renúncia? Porque ele tinha o
grande ideal de libertar o povo de Deus da escravidão. E ele revelou a paciência
na tribulação porque podia ver o Deus invisível a operar em meio à
tribulação.
Quando temos um ideal, podem vir as tribulações
por todos os lados, nós seremos pacientes porque podemos ver mais além do que se
vê pelos olhos físicos.
3 – Paciência na tribulação é Evidência
de Vitória
Os mártires do passado demonstraram que paciência
na tribulação é prova de vitória. Eles foram roubados de suas propriedades,
expatriados, exilados, jogados às feras famintas, decapitados e queimados vivos.
E, no entanto, morriam cantando a sua vitória, expressando uma paciência
extraordinária frente às maiores tribulações.
Policarpo (70-160 d.C.), foi um dos mártires da
igreja primitiva, bispo da igreja de Esmirna, no século II. Aos 87 anos, o
governador foi convencê-lo a mudar a sua ideia. A resposta veio pronta: “Como
poderia eu renunciar ao meu Salvador que nunca me fez mal nenhum?” “Mas você vai
perder as suas propriedades!” “Minhas propriedades estão na cidade celestial,
onde Deus me preparou um lugar no Paraíso!” “Mas você vai perder a sua família!”
“Minha família é toda a cristandade espalhada pelo mundo inteiro!” “Mas você vai
perder a vida!” “Minha vida está escondida por Deus em Cristo Jesus!” Irado, o
governador se levantou e lhe disse: “Eu vou matá-lo!” “Ninguém pode me matar,
porque Deus me deu a vida eterna!” Policarpo foi condenado no estádio da cidade
a morrer queimado; ele próprio subiu na fogueira e testemunhou para o povo:
“Sede bendito para sempre, ó Senhor; que o Vosso nome adorável seja glorificado
por todos os séculos”.
Com efeito, todos os remidos serão atribulados e
foram vistos em visão no Apocalipse, contemplados pela paciência na tribulação,
proclamando a sua vitória contra todos os seus inimigos.
Terceira Virtude do Cristão:
III – SEDE PERSEVERANTES NA
ORAÇÃO
Os cristãos são perseverantes. Este é um de seus
principais característicos. Nos últimos dias os justos foram descritos desta
maneira: “Aqui está a perseverança dos santos; aqui estão os que guardam os
mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Apo. 14:12).
Vamos exemplificar a perseverança dos cristãos.
Tomás Edson foi o inventor da lâmpada elétrica. Disso a maioria das pessoas
sabe. Mas como ele chegou a esse invento extraordinário que mudou a vida do
mundo inteiro?
Edson tentou 20 vezes, e não conseguiu. Mas ele
não era de desistir tão facilmente. Ele tentou mais 20 vezes e fracassou. Tentou
mais 100 vezes e fracassou. Tentou mais 200 vezes e não deu certo. Aí ele
continuou tentando, tentando e tentando. Mas os filamentos da lâmpada se
queimavam, e ele não conseguia criar resistência, senão por apenas pouco tempo.
Ele tentou sabe quantas vezes? Ele tentou 500, 600, 700 vezes, mas que
perseverança! Ele realmente não era de desistir facilmente mesmo!
Ele tentou 1.188 vezes e fracassou. Daí a sua
mulher lhe disse: ‘Você deve estar louco! Você tem um vácuo na cabeça!’ Então,
Edson chegou à conclusão de que os filamentos da lâmpada se queimavam com a
presença do oxigênio; faltava o vácuo. Daí, após 1.189 tentativas, conseguiu
produzir uma lâmpada que resistisse por 1000 horas. Coincidência ou não, a
Bíblia tem 1.189 capítulos, e é comparada à lâmpada para os nossos pés e luz
para o nosso caminho (Sal. 119:105). Entretanto, Tomas Edson ilustra muito bem
como funciona a perseverança dos fiéis seguidores de Jesus Cristo.
1 – Perseverança na oração traz a
Resposta Desejada
Isso move o braço da onipotência divina. Sabe o
que é perseverança na oração? É orar, orar, orar e orar e orar mais ainda até
alcançar a resposta.
Cristo contou uma parábola (Luc. 18:1-8.). Havia
em certa cidade um juiz que não temia nem a Deus nem a homem algum. E havia na
mesma cidade uma viúva que estava enfrentando alguns problemas sérios. Então,
ela foi ter com ele e dizia: “Julga a minha causa contra o meu adversário!” Mas
ele não lhe dava atenção.
Mas aquela mulher era muito insistente e perseverava
dia e noite, dizendo: “Julga a minha causa contra o meu inimigo!” O juiz a
princípio não se importou com os seus pedidos; mas ela era por demais
perseverante para desistir, e clamou mais ainda. E aquele juiz começou a se
abalar em suas emoções, e disse consigo mesmo: “Bem que eu não temo a ninguém,
mas como esta viúva me importuna, julgarei a sua causa, para que não venha a me
incomodar mais!” A mulher foi tão perseverante que conseguiu o seu intento.
Cristo contou esta parábola do juiz iníquo não só
para nos dizer que Deus é bom, mas para nos incentivar à prática da oração
perseverante. Ele nos ensinou sobre “o dever de orar sempre e nunca esmorecer”
(v. 1).
Ana orou com perseverança e foi atendida. Ana era
uma mulher estéril e desejava ter um filho, ardentemente. Elcana, seu esposo,
sabia de seu desejo, e fazia de tudo para agradá-la, porque sabia que ela não
podia ter filhos. Penina era a outra esposa que a provocava intensamente, porque
ela tinha esse problema. Então, Ana se dirigiu ao templo e orou insistentemente,
clamando a Deus com grande angústia de alma. Perseverou em oração e Deus atendeu
à sua prece, e lhe deu um filho chamado Samuel, que foi um dos maiores profetas
em Israel.
Jacó se encontrava aflito porque ia se encontrar
com o seu irmão Esaú, que ainda era o seu inimigo pronto com o seu exército para
lhe tirar a vida, junto com toda a sua família. Mas Jacó teve um encontro com
Deus no vau do Jaboque e lutou com Deus em oração e prevaleceu. Porque a
perseverança na oração traz a resposta de que nós mais precisamos.
2 – Perseverança na oração traz o
Fortalecimento da Fé
Há uma relação muito estreita entre fé e oração,
porque quando nós oramos, a nossa fé se fortalece. Mas se nós oramos com
perseverança, com insistência, nós temos a nossa fé muitas vezes fortalecida, e
nos tornamos inabaláveis. Nada nem ninguém pode abalar a um cristão que ora com
perseverança.
Muitos cristãos negligenciam a oração e são
fracos em sua fé, e são envolvidos pelas trevas do inimigo. Muitas vezes quando
nós negligenciamos a oração, estamos desligados da Fonte de bênçãos espirituais,
e desligados da Fonte da vida, nós ficamos fracos em nossa fé.
Mas se queremos ser fortalecidos, temos que
perseverar na oração, porque a perseverança na oração enrijece a fé.
3 – Perseverança na oração traz Vitória
sobre o Pecado
Apresento o maior Modelo, o maior Exemplo, jamais
superado: Jesus Cristo.
No Deserto da Tentação, Jesus Cristo Se
encontrava sozinho, mas comungava com Deus de modo perseverante. Durante 40 dias
Ele orava a Deus, traçando planos para o Seu ministério. E quando se aproximou
Satanás com as suas palavras tentadoras, Ele estava pronto para enfrentá-lo, e
saiu-se vitorioso, porque a perseverança na oração traz vitória sobre o
pecado.
Disse Jesus Cristo aos discípulos, no Jardim do
Getsêmani: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação.” Vigiar em oração
significa perseverar em oração. Eles começaram a orar com Cristo, mas não
perseveraram e foram todos vencidos. Eles tinham sido avisados. E nós também
somos avisados. Mas enquanto fracassaram os discípulos, Jesus Cristo perseverava
na oração e clamava diante de Deus, a fim de que a Sua vontade se realizasse. E
saiu mais uma vez vitorioso contra as hostes do mal.
Na Cruz do Calvário, Jesus Cristo continuou
perseverando em oração, e orava até por Seus inimigos: “Pai, perdoa-lhes, porque
não sabem o que fazem!” Continuou orando e disse: “Pai, nas Tuas mãos entrego o
Meu espírito.” E saiu-Se triunfante em uma vitória esmagadora contra Satanás,
porque a perseverança na oração traz vitória contra o pecado e seu
originador.
CONCLUSÃO
Agora sabemos quais são as 3 virtudes dos
cristãos:
1. Eles são exultantes na
esperança
2. Eles são pacientes na
tribulação
3. Eles são perseverantes na oração.
Como estamos nós? Será que estamos nos
regozijando na esperança, ou nas coisas deste mundo? Somos nós pacientes na
tribulação, ou não temos paciência em tempo algum? Somos nós perseverantes na
oração, ou não temos tempo para o que é essencial à vida cristã?
Que Deus nos dê Sua graça, para que possamos
viver a mensagem de Rom. 12:12: “Regozijai-vos na esperança; sede pacientes na
tribulação; na oração, perseverantes.”
Pr. Roberto Biagini