
Algumas pessoas
alegam que os remidos jamais verão a Deus Pai, pois o apóstolo Paulo diz
que Deus “habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem
é capaz de ver” (1Tm 6:16), e o apóstolo João acrescenta que “ninguém
jamais viu a Deus” (Jo 1:18; 1Jo 4:12). Se isolarmos o conteúdo desses
textos do consenso das Escrituras, poderemos ser tentados a assumir
indevidamente que Deus é invisível a todas as Suas criaturas, mesmo aos
seres que nunca pecaram.
Mas, para entendermos melhor o assunto, devemos
reconhecer que, no Jardim do Éden, Adão e Eva mantinham plena comunhão com
a Divindade, inclusive com Deus Pai. No entanto, “desde o pecado de nossos
primeiros pais, não tem havido comunicação direta entre Deus e o homem”,
pois “o Pai entregou o mundo nas mãos de Cristo” (Patriarcas e Profetas,
p. 366).
Portanto,
os textos acima mencionados devem ser compreendidos no contexto do pecado.
Como “Deus é fogo consumidor” para o pecado (Hb 12:29), se seres humanos
pecaminosos O vissem, seriam por Ele destruídos.
Por outro lado,
existem várias declarações bíblicas que falam a respeito de Deus
como sendo visto pelos remidos no Céu. Por exemplo, o apóstolo João afirma
que, quando Deus Se manifestar, “seremos semelhantes a Ele, porque
haveremos de vê-lo como Ele é” (1Jo 3:2, 3); e que os servos de Deus “O
servirão” e “contemplarão a Sua face” (Ap 22:3, 4). Embora a manifestação
de Deus possa se referir à segunda vinda de Cristo, a contemplação da face
de Deus parece algo mais amplo do que a comunhão apenas com Cristo. Mas, a realidade
da contemplação de Deus Pai é confirmada nas seguintes palavras de
Cristo: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt
5:8). Nessa declaração, Cristo não estava Se referindo apenas a Si mesmo,
que já estava sendo visto pelos Seus discípulos, e sim a Deus Pai.
Nos escritos de Ellen
G. White encontramos várias ocasiões em que ela se refere a Deus Pai como
sendo visto pelos remidos no Céu. Por exemplo, no livro O Maior Discurso
de Cristo, p. 27, ela afirma: “Os puros de coração vivem como na visível
presença de Deus durante o tempo que Ele lhes concede neste mundo. E
também O verão face a face no estado futuro, imortal, assim como fazia
Adão quando andava e falava com Deus no Éden. ‘Agora vemos por espelho em
enigma, mas então veremos face a face’ (1Co 13:12).”
Já em O Grande Conflito, p. 676-677,
aparece a seguinte declaração: “O povo de Deus tem o privilégio de
entreter franca comunhão com o Pai e o Filho. ‘Agora vemos por espelho
em enigma’ (1Co 13:12). Contemplamos a imagem de Deus refletida como que
em espelho, nas obras da natureza e em Seu trato com os homens; mas então
O conheceremos face a face, sem um véu obscurecedor de separação. Estaremos em
Sua presença, e contemplaremos a glória de Seu rosto.” E em Testemunhos
para a Igreja, v. 8, p. 268, a Sra. White comenta Apocalipse 22:4 de forma
ainda mais explícita: “E qual é a felicidade do Céu senão a de ver a Deus?
Que maior júbilo poderá ter o pecador salvo pela graça de Cristo do que
contemplar a face de Deus, e tê-Lo por Pai?”
Além disso, a Sra.
White nos adverte a respeito de distinções especulativas entre as Pessoas
da Divindade: “Os sentimentos dos que andam em busca de avançadas
idéias científicas, não são para confiar. Fazem-se definições como essas:
‘O Pai é como a luz invisível; o Filho é como a luz corporificada; o
Espírito é a luz derramada.’ … Todas essas definições espiritualistas são
simplesmente nada. São imperfeitas, inverídicas. … O Pai é toda a
plenitude da Divindade corporalmente, e invisível aos olhos mortais
(Evangelismo, 614).” Quaisquer distinções entre as Pessoas da Divindade,
como as mencionadas acima, acabam distorcendo os atributos divinos.
Portanto, existem suficientes evidências bíblicas e nos escritos de Ellen
White para crermos que Deus Pai é “invisível aos olhos mortais”, mas não
aos seres imortais, e que os remidos no Céu realmente “contemplarão a Sua
face”.
Fonte:
aultimaadvertenciaaomundo.
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